| Esta  frase resume minha crença sobre como devemos viver a vida e,  especialmente, o amor! Acredito que devemos nos acolher mais do que nos  criticar ou castigar por nossos equívocos. Aprendi, na prática, que o  acolhimento é, na maioria das vezes, mais eficiente e mais transformador  do que a autocrítica impiedosa e reforçadora de nossas dificuldades.  Então,  para comprovar a minha percepção, depois de já tê-la usado algumas  vezes comigo mesma, resolvi “aplicá-la” em uma amiga. Há algum tempo,  ela se queixava para mim sobre o fato de não conseguir se desprender de  uma relação que estava lhe fazendo mal, lhe roubando a concentração e  principalmente a autoestima.  Sua  justificativa sempre recaía sobre um lamento: apesar de saber que já  estava mais do que na hora de se livrar daquele relacionamento que não  acrescentava nada positivo em sua vida, ela não conseguia dizer o tão  necessário “basta!”. Toda vez que surgia uma oportunidade de rever a  pessoa com quem ela se relacionava, terminava cedendo ao seu desejo de  aceitar o convite.  Logo  depois, sentia-se culpada, mal consigo mesma, incapaz de tomar as  rédeas de sua própria história e dar um novo rumo para a tal relação.  Pegava-se novamente repetindo as mesmas promessas, as mesmas  justificativas, as mesmas tentativas de consertar o que ela sabia – pela  reincidência das atitudes – que não havia disponibilidade por parte do  outro para mudar, como ela gostaria.  E  assim, recorria a mim, compartilhando seus sentimentos de decepção  consigo mesma e sua sensação de que, por mais que tentasse, não  conseguia fazer com que o outro fosse diferente. Resolvi acolhê-la. E  sugiro, agora, que você se acolha!  Pare de se autopunir quando não conseguir fazer o que deve. Por mais que você já saiba o que precisa ser feito para chegar onde deseja, talvez você ainda não esteja pronto para conseguir fazer isso. Então, relaxe. Não desista, apenas relaxe. Tenha consciência de que você sabe o que deve  ser feito e que, dia após dia, repetirá carinhosamente qual a atitude a  ser tomada, mas, por enquanto, também dia após dia, apenas estará  comprometido em fazer o que consegue!  Quantas  vezes já desistimos de fazer o que deveríamos porque percebemos que não  conseguíamos? Errado!!! O nível de exigência para conosco não pode ser  maior do que nossa maturidade. Ao contrário, é o nosso intuito diário de  amadurecer que transforma o desejo de mudar em mudança de fato.  Então,  repito: “se você não consegue fazer o que deve, deve ao menos fazer o  que consegue!”. E assim, não desistindo de fazer, chegará o dia – mais  rápido do que você imagina – em que você conseguirá fazer o que deve,  naturalmente, quase sem perceber.  Foi  o que aconteceu com minha amiga. Certo dia, ela me contou, feliz da  vida, que de repente tinha se dado conta de que aquela relação acabou  dentro dela... percebeu que já não sentia vontade de dizer “sim” ao  outro, mas sempre “sim” a si mesma. E dizer “sim” a si mesma significava  automaticamente dizer “não” a uma relação que só lhe roubava a  tranqüilidade, lhe fazia sentir-se diminuída, muito pouco considerada e  nada mais feliz.  Mas  isso não aconteceu da noite para o dia. Desde quando começamos a  conversar sobre isso, mais de seis meses se passaram. No início, ela se  martirizava demais toda vez que dizia “sim” aos encontros, às mesmas  palavras, aos mesmos pedidos, às mesmas reclamações e aos mesmos  resultados.  Com  as nossas conversas, ela foi se perdoando a cada “sim” e repetindo a si  mesma que ela merecia mais, desejava mais, que poderia viver um amor  mais inteiro, mais tranqüilo, mais satisfatório... e que deveria  desprender-se desta relação falida. No entanto, respeitaria o tempo de  seu próprio amadurecimento, fazendo diariamente o que conseguia... até  estar pronta para fazer o que devia...  Pois  é exatamente isso o que acontece quando a gente se propõe a, afetuosa e  respeitosamente se acolher. Paulatinamente, passo a passo, fazendo o  que conseguimos, repetindo conscientemente o que deve ser feito, chega o  dia em que amadurecemos e, naturalmente, quase sem perceber, fazemos o  que deve ser feito. Tente!  Veja como você é capaz de chegar onde quer quando descobre que o que  deve ser feito passa, antes, por uma seqüência de tentativas que fazem  parte fundamental das suas mais importantes conquistas.  Lembre-se  da resposta do grande Thomas Edison, quando uma repórter lhe perguntou  se ele não se sentia frustrado por ter fracassado 999 vezes ter  conseguido inventar a lâmpada somente em sua milésima tentativa... E ele  sabiamente respondeu: “não fracassei nenhuma vez. Inventei a lâmpada.  Acontece que foi um processo de 1.000 passos”.  Não  importa quantos passos você dê... desde que saiba que cada um deles faz  parte do caminho que o levará até onde você deseja chegar!
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